Família ALBUQUERQUE AMARANTE

CÔNEGO JOSÉ MARIA DE ALBUQUERQUE



Nascido em 1925, em Óbidos(PA) , falecido em 2010, em Belém (PA).
Irmão de minha avó Beatriz Albuquerque de Bittencourt Amarante.
Era Agrônomo, doutor em Botânica.

OBRAS PUBLICADAS
" Plantas Tóxicas no Jardim e no Campo " (1980)

" Plantas Medicinais de Uso Popular " (1989)

"Morfologia e Germinação de Sementes de Plantas Invasoras e de Essências Florestais da Amazônia"




IRACEMA MARIA MELLO AMARANTE
Minha prima, filha de um dos irmãos de meu pai.
Nasceu em Belém (PA). É graduada em Letras, com licenciatura plena e habilitações em Língua Portuguesa  e Língua Alemã pela Universidade Federal do Pará. Leciona Língua Portuguesa e Literatura na Escola de Aplicação da UFPA.
OBRAS PUBLICADAS
"Feliz Natal" - Crônica - Menção Honrosa - IV Concurso CATA de Literatura, 1991
" O Fantástico em Minha Vida "- Conto - IV Concurso CATA de Literatura, 1991
" Leilão de Antiguidades " - Conto - Medalha de Ouro - Contos do Brasil Contemporâneo da Revista Brasília, 1993
" Perdão " - Conto - 5º lugar - Associação Paraense de Escritores, 1994


                                              "O Fantástico em Minha Vida "
                                                                Iracema Amarante
    
                           Há pouco tempo houve um seminário cujo tema abordava o Fantástico na obra da grande escritora Lygia Fagundes Telles.
                           Bem! Quando se fala em Fantástico, geralmente as pessoas pensam logo em suspense, terror, medo, extraterrestre, etc., sem se preocuparem em saber de fato o que seja o Fantástico.
                          Por ser formada em Letras, fiquei bastante interessada em participar do seminário. Lá aprendi  que certas formas literárias, tais como: as narrativas policiais, o romance negro, o romance de suspense, as narrativas maravilhosas, os contos de fadas e, por fim, as narrativas estranhas, que embora muitas vezes sejam conceituadas como Fantástico, na verdade não o são. Antes eu também pensava que tudo isso era Fantástico, pois não sabia nem mesmo distinguir narrativas estranhas, o que certamente acontece com a maioria das pessoas que chegam até a confundi-lo com o programa da TV ( o show da vida ).
                          Vocês podem estar pensando que eu ficara impressionada com o Fantástico. Na realidade, o meu interesse  no que havia aprendido  fora tão grande a ponto de achar que tudo o que acontecia ao meu redor, sem uma explicação imediata, era Fantástico.
                          Assim é que num dia desses passei por uma situação um tanto estranha: precisava ir à Cidade Nova 8. Tomei o ônibus já com o dinheiro na mão para facilitar minha entrada,  pois além da bolsa estilo tiracolo levava uma sacola e uns cartazes. Ao sentar-me  verifiquei que meu porta-documentos estava no chão e isso me deixara bastante intrigada. " Como meus documentos podem estar no chão? ". Sinceramente eu não compreendia. " É estranho, estranhamente estranho ". De repente, veio à minha mente o Fantástico, ou melhor, o estudo que fizera sobre ele. " Claro! Por que não? Só pode ser!". A ideia de ser uma vítima do Fantástico fascinava-me tanto a ponto de não querer buscar nenhuma explicação. Nada de realismo. Se naquele momento alguém viesse com outra versão que não a minha, eu teria ficado muito triste, pois a sensação do Fantástico anestesiava meus sentidos e até mesmo minha mente, que só via uma explicação para o que estava acontecendo, ou melhor, não via nenhuma. O que acontecera era simplesmente fantástico e pronto! O Fantástico puro que estava me premiando com suas interrogações.  
                              Desci do ônibus ( de São Braz até a Cidade Nova é um pouquinho longe ) e, ao abrir a bolsa para tirar um calendário que estava em minha carteira de dinheiro, verifiquei que não havia carteira e muito menos dinheiro.
                              Nesse instante, saí do mundo das ideias para enfrentar a realidade que se mostrava triste e cruel. Triste, por eu saber  que o mundo ainda se apresenta tão frio e tão sem opção para a maioria das pessoas que nos rodeiam, a ponto de fazê-las cometerem  atos que por certo, no futuro, as envergonharão, mas que no momento eram confundidos com coragem e habilidade; e cruel, por ter desmoronado, de repente, todo o encantamento que existira, toda a imaginação que eu criara e todo o Fantástico que eu produzira. Isso, para mim, foi realmente o golpe  mais difícil de ser superado.
                              O " meu Fantástico "foi-se embora dando lugar a uma realidade bem real e bem social.
                              - Fui assaltada!